quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mudanças...

Os treze objetivos de um bruxo
(segundo Scott Cunningham)


(É no caldeirão que as mudanças ocorrem...)



1 - Conheça a si mesmo.
2 - Conheça a sua arte.
3 - Aprenda.
4 - Use seu conhecimento com sabedoria.
5 - Alcance o equilíbrio.
6 - Mantenha suas palavras em ordem.
7 - Mantenha suas ideias em ordem.
8 - Celebre a vida!
9 - Sintonize-se com os ciclos da Terra.
10 - Respire e alimente-se corretamente.
11 - Exercite o corpo.
12 - Medite.
13 - Honre o Deus e a Deusa.



Começar a praticar bruxaria traz mudanças na sua maneira de ser. Os treze objetivos do bruxo passam a nortear esse processo de mudança. Eu disse no meu texto de abertura que colocaria neste blog textos que me ajudaram, e experiências pessoais que podem orientar um bruxo iniciante. Vou relatar aqui algumas mudanças que ocorreram em mim, o que venho aprendendo...



- O conceito de pecado sumiu!!!

         Nasci em lar cristão, aprendi os preceitos cristãos e consequentemente a me martirizar com a ideia de pecado. Eu tinha que me sentir pecadora, submissa 24 horas por dia, não podia elevar meus olhos a deus, mas sim ajoelhar-se perante ele e pedir perdão. Quando entrava na igreja, nos cultos de domingo, a primeira coisa que fazia era me ajoelhar, abaixar a cabeça e pedir perdão. Isso me atormentava, pois eu sentia culpa por praticamente tudo que fazia. Eu era adolescente, se ouvia rock e gostava, estava pecando, se sentia desejo por algum rapaz, estava pecando, se desejasse alguma coisa material, estava pecando. É muito difícil para um jovem se sentir tão cercado assim. Eu ficava confusa, já que não achava que tudo o que eu fazia estava errado, mas as pessoas diziam que era errado. O deus que eles queriam que eu amasse era opressor.
          Felizmente, lá pelos 16 anos, eu comecei a me libertar, um dos fatores, por incrível que parece, foi começar a gostar de rock. Ler também ajudava, pois as histórias da escola dominical não me faziam mais sentido, não batiam com a ciência, a filosofia e outras coisas que eu estava aprendendo.  Para encurtar a história, pois o processo foi um tanto longo, fui um tempo ateia, depois que me desliguei da igreja, e antes de completar 20 anos, conheci a Márcia Frazão. Comecei a me interessar pela bruxaria, a estudar e assim, em dois anos, estava me iniciando na Arte. Nesse meio de tempo, muita coisa aconteceu, conheci gente muito incrível, como a Mavesper Cerridwen, a Patrícia Fox e o Claudio Quintino Crow, e outras pessoas muito especiais. Tudo se expandiu, mas o fato que mais me chamava atenção era de não sentir mais culpa pelas minhas escolhas e atos, não me sentir mais suja, não ter mais de me ajoelhar e pedir perdão por tudo o que eu sentia. Meus sentimentos eram naturais, meus atos comuns a uma jovem, não tinha por que me sentir mal. Pecado passou a ser um conceito vazio, ou um tipo de manipulação que não me atingia mais. Tenho minha ética, meus conceitos, sei o que está certo e errado para mim, mas tudo o que eu faço é envolto em responsabilidade e liberdade de escolha, e se eu errar, isso faz parte e é necessário, e não é pecado!
         Só quero acrescentar, que não tenho nada contra o cristianismo, até admiro a filosofia, mas tenho sim contra os maus cristãos, que manipulam, enganam, fazem verdadeiras lavagens cerebrais e terrorismo com quem eles chamam de irmãos!



- Inteligência sem ação não serve para nada!

         A Arte faz-nos sedentos de conhecimento, informações, nunca mais paramos de ler, estudar, e um prazer imenso vem junto com isso, mas não colocar este conhecimento em prática faz com que ele se perca, não sirva para nada. Rituais e feitiços fazem parte dessa prática, mas fazer palestras, orientar oficinas, escrever, para um blog como este por exemplo, também são ações que podem chegar a outras pessoas e ajudá-las. Trazê-las para me ajudar, pois a cada oficina que coordeno, mais e mais aprendo.


        
- Ter respeito pelos meus estudos e passar para frente e de bom grado o que aprendi.

         Se você conhecer um bruxo que se diz sábio, que se mostra soberbo e guarda “seu conhecimento” só para ele, pois tudo é segredo de bruxaria, pode cair fora, ele não sabe é de nada.
         É aí que entra o espírito dos druidas, bardos, nossos ancestrais, que passavam o conhecimento de geração em geração. Temos que passar isso para frente também.
         E ler, experimentar, trocar ideias passa a ser vital, e também muito prazeroso.


- Saber que tudo vem na hora certa!

         É impressionante, mas a ansiedade pela resolução dos nossos problemas nem sempre faz parte do nosso dia-a-dia. Os Deuses sabem te ouvir, e também quando atender. Quando algo é oferecido é sempre o melhor, quando falta aquela grana, ela acaba aparecendo em forma de um trabalho extra, uma gratificação. Preocupações podem até aparecer, mas não tomam conta de muito tempo nas nossas vidas.



- Não fazer para o outro o que você não quer para si mesmo.

         Nem precisa comentar muito isso, não é? O bruxo acredita na Lei tríplice, na Lei do retorno (Ainda vou falar mais sobre isso), portanto, não desejo o mal, ele voltará para mim, procuro não ser ríspida com as pessoas, nem hipócrita ou mentirosa, pois não quero esse comportamento para mim. Procuro ser receptiva, respeitosa e me policiar, colocar-me no lugar das pessoas por uns instantes e tentar entender seus pontos de vista. Mas esbarro às vezes. Desde pequena sou um tanto irônica, e é muito difícil não ironizar pessoas e fatos vez ou outra...



- Acreditar no poder da transformação.

         Nem preciso ver para crer, todo esse relato já é prova da realidade da transformação. E ela vem em todos os sentidos. Até aceitar a morte ficou mais fácil, pois ela não deixa de ser uma mudança de ciclo, uma transformação. Tudo ao seu redor é passível de mudança, pessoas, a natureza, você mesmo.



- Respeitar diferenças.

         Não importa se é de opinião, física ou cultural, a gente aprende a lidar com as diferenças, a respeitar o modo de ser e viver do outro, não importando o quão distante é de você. Surge até admiração, interesse. O mundo povoado de diferenças é infinito em possibilidades. De quebra, lá se vão os preconceitos, e como isso é bom!



- Observar mais e muito!

         Ainda que eu seja uma distraída de carteirinha, observar a natureza, os ciclos da vida, as pessoas, os lugares por onde passo tornou-se uma tarefa comum, observar tudo com mais atenção e profundidade é com ler um grande livro chamado mundo.

         Provavelmente não esgotei com esse texto tudo o que mudou em mim, mas sei que sou um ser melhor, não perfeito, mas muito mais agradável, até para mim mesma. Talvez essas mudanças já estejam ocorrendo em você, e elas não vão parar de acontecer, pois temos que ser flexíveis nessa vida, pois tem muita coisa dura demais por aí.
         Até a próxima! Que assim seja e assim será!

Silvia Loose


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